sábado, 20 de outubro de 2007

Caim e Abel foram ao Templo orar





Toda perspectiva de relacionamento com Deus proposta e praticada pelo homem, parte do pressuposto de que é pelo mérito que o homem se achega a Deus.

A diferença entre Caim e Abel reside aí.

Caim representa a tentativa humana de cultuar a Deus pelo mérito do trabalho e da estética; pois, essa era a sua justiça. Assim, ele trouxe da terra os frutos mais belos. Abel, todavia, das primícias do rebanho que cuidava, trouxe sua oferta de declaração de que sem derramamento de sangue inocente não há remissão de pecados.

Em Caim o homem oferece o seu melhor!

Em Abel o melhor que o homem tem a oferecer é a confissão de sua culpa com o rogo de remissão de pecados.

Acontece que inevitavelmente a busca de relação com Deus que tem nas motivações de Caim a sua própria, acaba por gerar comparação, inveja e espírito homicida. Por isso Caim matou seu irmão Abel.

Assim se sabe que toda busca espiritual baseada no mérito, no nível relacional gera competição, disputa, inveja e, por fim, homicídio.

Se o homem acreditar que é pela estética, pela lei, pelos modos exteriores, ou pela força do trabalho que ele agrada a Deus, sempre que ele vir alguém que é agradável a Deus apenas por andar pela fé, imediatamente seu coração ficará possuído pelo espírito de Caim. E o que daí decorre a História da Religião explica muito bem.

Isto porque não há como a Religião [e todas são criação humana] não gerar comparação!

Sim! Como o critério dela é estético [ou seja: visível e aparente] torna-se impossível evitar o espírito de comparação. Comparação entre os devotos de tal espírito [assim, tipo: dentro do mesmo grupo]; e comparação entre e contra os que, mesmo sendo do mesmo espírito de Caim, expressam isto por outras mídias, modos, flâmulas e bandeiras...; ou seja: mediante modo religioso diferente.

Exemplo: Cristianismo versus Islamismo!

Somente a fé conforme Abel, cujo critério é a fé na Graça de Deus, e que opera na confissão da impossibilidade humana de agradar a Deus por si mesmo, é que pode fazer um homem adorar a Deus ao lado de outro homem sem que entre eles se estabeleça o espírito de comparação.

Caim e Abel subiram ao templo para adorar.

Caim dizia: “Graças te dou, ó Deus, porque não sou como Abel e os demais homens; dou o dízimo de tudo o que tiro da terra; e esta é minha justiça”.

Abel, porém, dizia ao derramar o sangue de cordeiro imolado: “Ó Deus! Tem misericórdia de mim pecador!”.

Foi por esta razão que Abel voltou justificado para sua casa, enquanto Caim elaborava a sua morte.

Para pensar e decidir:

Em que espírito você anda? No de Caim ou no de Abel?


Nele, que nos remiu pelo Seu Sangue e por Sua inteira Graça,
Caio
extraido de www.caiofabio.com

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