sábado, 10 de abril de 2010

E o Verbo se fez carne, e veio para a vizinhança


[Voltando pra casa depois de um dia quente, meus pensamentos me acompanhavam depois do que ouvi daquele homem....]


-Essa noite acho que não vou dormir direito.

No sermão da montanha, esperávamos que tudo mudasse...


Esperávamos que este novo messias levantasse a sua espada e tomasse o seu reinado a força e assim mudasse todo o mundo a fora.

Mas isso não aconteceu, ele não levantou a espada com brado fervoroso.

Não invocou a força de todos os braços dos que o ouviam, não conclamou os mais valentes a guerra.


Ao invés disso, chamou de benditos aqueles que reconhecem sua insuficiência espiritual diante do Pai, se reconhecendo pobres de espirito sem ter onde se apoiar a não ser na misericórdia de Deus.

Chamou de bem aventurado os que choravam o choro sincero da limitação humana.

Elogiou o manso, o pacificador... Bem, não era exatamente isso que todos nós esperávamos ouvir.

Afinal, ele falava o tempo todo de um Reino que havia chegado, mas jamais vi os seus soldados, cavalos, palácio ou tesouros?!


Vía sim apenas um bando de homem pobres, pescadores desprovidos de estudo, que andavam pra cima e pra baixo motivados apenas por Sua bondade e amor.

Nunca entendi direito essa conversa de que seu reino não era terreno... de que suas demarcações de fronteira eram em terras cardíacas, onde riquezas não podia ser roubadas.

Que historia é essa meu Deus.


Enfim, acho que jamais vou entender, mas confesso que suas palavras me deram cosseiras nas idéias.

Talvez bens materiais não sejam tudo, e talvez reinado humano algum traga paz a terra como sempre esperamos...


Na próxima vez em que Ele passar pela vizinhança, vou parar para ouvi-lo melhor...

Quem sabe possamos cear juntos...e então vejamos o que pode acontecer!


Juliano Ferreira